Meu gato me atacou de repente! Sempre foi bonzinho!
A Agressividade Redirecionada, é uma categoria de agressão que corre quando o estímulo aversivo não é acessível e, portanto, o gato ataca um estímulo alternativo. Resumindo, o gato fica excitado por algo que ele não consegue alcançar, então, o animal se lança para o alvo mais próximo. Na maioria das vezes, ele ataca o tutor. Esse tipo de agressão é relativamente frequente, além de potencialmente ser muito violento e perigoso para as pessoas. Os ataques redirecionados podem ser imprevisíveis, embora em muitos casos os proprietários descrevam um comportamento "estranho" antes do ataque. A excitação do gato pode durar muito tempo, mesmo após o estímulo desencadeador ter sido removido.
Os gatilhos mais comuns para agressão redirecionada são:
Barulhos altos
Presença de outros gatos
Presença de pessoas desconhecidas
Estratégias específicas de tratamento para agressão redirecionada
1. Diminuir o contato com o gato
Gatos exibindo agressividade redirecionada poderiam manter um estado de excitação por horas e até dias. Durante este período, o risco de novos ataques é muito alto. Portanto, os proprietários devem evitar interagir com o gato até que o comportamento se normalize.
2. Aprender a interpretar a linguagem corporal do gato
É importante aprender a identificar os sinais que precedem um ataque, embora, isso possa ser difícil, pois esses sinais podem ser sutis. Uma mudança na expressão facial do gato, assim como um comportamento "esquisito", são frequentemente descritos precedendo ataques redirecionados.
3. Evitar ou diminuir a exposição do gato ao evento desencadeador
Se o estímulo desencadeador foi identificado, ele deve ser removido sempre que possível. Às vezes isso pode ser feito de maneira relativamente fácil; por exemplo, evitando ruídos altos ou expondo o gato ao cheiro de outros gatos.
4. Habituar o gato ao estímulo desencadeador
Sempre que a causa de um ataque redirecionado for identificada, um protocolo de dessensibilização deve ser aplicado, quando o gato não estiver excitado. Isso envolve a apresentação gradual do estímulo desencadeador, aumentando lentamente sua intensidade (por exemplo, quando o estímulo desencadeador é um som) ou reduzindo sua proximidade com o gato.
5. Restabelecer o relacionamento com o gato
Após um ataque redirecionado, o gato agressor pode desenvolver um mau relacionamento com o alvo alternativo. Se o alvo alternativo dos ataques for o proprietário, se deve mudar a percepção do gato e relacionar a presença do proprietário com algo prazeroso. Por exemplo, os proprietários podem colocar petiscos ao alcance do seu gato e ir embora, permitindo que o ele venha comer como e quando quiser. Depois de algum tempo, o gato deixa de ver a pessoa como uma ameaça e, em vez disso, começa a associá-la a um estímulo positivo.
Se o alvo alternativo for um outro gato no mesmo ambiente, deve ser implementado um protocolo de reintrodução.
6. Uso de medicamentos ansiolíticos
A agressão redirecionada pode ser um mecanismo de enfrentamento em situações estressantes e, portanto, a administração de um produto ansiolítico pode ser benefica. Nesse caso um check-up médico é necessário.
7. Neutralização
Há uma correlação entre níveis elevados de hormônios sexuais circulantes e um risco aumentado de interações agressivas entre gatos. Com base nisso, e considerando que os estímulos de outros gatos são um dos gatilhos mais comuns para a agressão redirecionada, a
castração é necesária.
M.V Karin Trannin
CRMV-PR 11.883